sábado, 30 de abril de 2016

"Reza é o que salva da loucura"


"Reza é o que sara da loucura". Já dizia Guimarães Rosa, de quem sou devota. Desde que a depressão se avizinhou de mim, não paro de rezar. Em contrição escuto Jaloo. Só o Brasil profundo para produzir um menino desses. Só o Pará com o seu carimbó e o techno-brega para nos presentear com tanta boniteza. Ouço uma, duas, três vezes. Tiro o menino para dançar. "Quer ouvir no sotify, no playstation, mãe"? "Quero!" Rodopiamos pela casa. Coloco os vídeos poemas de Matilde Campilho e rezo mais. Nem dou trela para Ronaldo Caiado. Seu discurso eu conheço desde as eleições para presidente de 1989. Tenho memória boa e além do mais, o google está aí para nos ajudar a lembrar. Também não esqueci de Aloysio Nunes, vice na chapa de Aécio Neves, fazendo campanha para redução da maioridade penal, em 2014. Foco na luta dos secundaristas se espalhando pelo Brasil. Me emociono com a foto dxs meninxs jantando à luz de velas, no Colégio Estadual Chico Anísio, no RJ. O governador mandou cortar as luzes da escola ocupada.
Ouço Violeta Parra e rezo mais:
¡Que vivan los estudiantes,
jardín de las alegrías!
Son aves que no se asustan
de animal ni policía,
y no le asustan las balas
ni el ladrar de la jauría.
Caramba y zamba la cosa,
¡que viva la astronomía!
Vejo os rostos marcados dos trabalhadores rurais sem terra e dos trabalhadores sem teto e me emociono com as suas lutas. No campo e na cidade, tá tendo luta, sim!
Rezo, rezo, rezo. A poesia é minha reza. Ela é que me salva da loucura!


(fonte da foto: facebook)

Nenhum comentário:

Postar um comentário