domingo, 24 de setembro de 2017

Eclipse

Estou há dias em eclipse. O fim de semana foi intenso com Baldim vivendo a tradicional "Festa de Agosto". As alvoradas com foguetório, toques de sinos e banda de música remexeram lembranças. A guarda de catopê e de congo descendo e subindo a minha rua indo buscar reis e rainhas. Da cozinha de casa ouvi a missa conga com os tambores, que por tantos anos foram proibidos, tocando dentro da igreja matriz. Na mesa do café ou na faxina da casa, reflexões profundas ao som de música negra, numa playlist maravilhosa do menino no papel de DJ. Duas aulas poderosíssimas com a capitã Pedrina, na disciplina "Catar folhas: saberes e fazeres do povo de axé", com salas cheias e alunxs de todas as áreas da Universidade, até da engenharia aeroespacial. Reunião do coletivo "Corisco", um espaço de resistência dentro da Universidade com pessoas dispostas a correr risco epistemológico e olhar para grupos que normalmente a Universidade não costuma olhar, buscando justamente um alargamento da base epistêmica. E ontem, um encontro potente no coletivo "Pretas Poetas" realizado por e para mulheres negras. Sim, eu sei que lá fora o mundo explode em bombas e em golpes de toda natureza, mas tem muita gente produzindo muita coisa bacana e isso vai reverberar de alguma forma. 

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