domingo, 12 de março de 2017

Quarto de despejo

Hoje eu fui na casa da Lu fazer as unhas. A Lu não entende porque tendo manicure aqui por perto, eu ando cerca de vinte minutos até a última rua da cidade para fazer as unhas com ela. É que eu adoro a Lu. Ela teve uma vida difícil, morava na zona rural, perdeu a mãe ainda na infância e casou muito cedo. Gosto do jeito que ela conduz a própria vida, a forma como cria os filhos. Na verdade, esses momentos enquanto ela faz minhas unhas são uma espécie de terapia. Gosto da prosa dela, de sua generosidade, de sua compaixão pela miséria alheia. Hoje, enquanto contava pra ela do programa sobre Carolina Maria de Jesus que rolou ontem, no "Almanaque Brasil" da rádio Inconfidência , ela disse: "Mas não foi essa mulher que escreveu "Quarto de Despejo? Eu li esse livro quando morava em Vila Amanda [distrito de Baldim], ainda na adolescência." Lu falou de como o livro a impactou, que não conseguia largá-lo e que gostaria de relê-lo. Eu falei pra ela do (re)descobrimento de Carolina, de como existem trabalhos acadêmicos sobre sua obra e decidimos que vamos fazer um clube de leitura, aqui, no sertão das Gerais para reler "Quarto de Despejo". Isso não é fantástico?

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