sábado, 6 de fevereiro de 2016

Calma


o ronco do scooby é sinal que tudo se acalmou novamente. se é para passar a manhã dormindo, por que ele me tira tão cedo da cama? nalinha está enrodilhada embaixo da mesa, dandara, como sempre, dorme com a cabeça apoiada nos pés da cadeira de rodinhas, onde me sento. a cidade é um silêncio só. só ouço o som dos passarinhos e do motor da velha geladeira marrom, ou será bege? se soubesse pintar, pintaria um quadro em perspectiva dessa que tem sido a minha visão desde que cheguei aqui. a velha janela azul de madeira e tramela que abre pra dentro, os fios de energia onde, durante o dia, o tirisiu dança seu balé se exibindo pra mim e ao fundo, o morro rebrotado com as chuvas de janeiro. à direita, em cima da geladeira marrom, o velho pinguim,a jarrinha de vidro com as flores artificiais da mamãe e a chama da vela de 7 dias, acesa para a abertura dos meus caminhos. mas não sei pintar, nem desenhar e como diz adélia, "aos 50 anos não posso mais aprender profissão, aprender a nadar como se deve".

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