sábado, 1 de agosto de 2015

Sobre filhos

Novamente a casa ficou quieta, silenciosa. O computador voltou pra mesa da cozinha e o café da manhã foi somente na companhia do Scooby, que desanimado, nem cobiçou o meu pão.

Qué'de a algazarra dos últimos dias? Qué'de os meninos correndo pelo casa? Qué'de a barraca montada no quintal, onde as crianças dormiram, pois a casa pequena não cabia todo mundo?

A amiga, de 'milianos', retornou à cidade. Quando veio aqui, pela primeira vez, era ainda uma criança. Hoje, já é mãe de filhos, profissional respeitada. Mas tem uma essência, ali, que não mudou. É a mesma menina espevitada da infância, extrovertida toda vida, conversando com a cidade inteira.  "Sou quase direita, se o senhor confiar em mim, posso trazer o dinheiro depois", ela brincou com o moço do açougue; "essa turma tá bonita, hein?" gritou para o grupo que caminhava do outro lado do asfalto, quando íamos ver o pôr do sol. Sempre disposta, assumiu o fogão e fez mil coisas gostosas. Todos esses dias, o riso dela ecoou pela casa, trazendo uma energia boa. Sempre animada, topou todos os passeios, enfiou o pé na poeira do caminho, se arriscando a pegar alguns carrapatos.

Mas, o mais bacana mesmo, foi ver os nossos filhos convivendo, se divertindo juntos, inventando brincadeiras. Um sentimento novo brotou em mim. É como se fosse um prolongamento de todo amor e admiração que temos pela família uma da outra. Ver os filhos dando continuidade a isso deixou o meu "coração amolecido como um figo na calda".

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