sábado, 1 de agosto de 2015

O tempo não para


Parafraseando o poeta: quando se vê, já são 10 horas, quando se vê, já estamos em julho, quando se vê, passou-se 1 ano. Quando se tem prazos a cumprir o tempo é uma espada, constantemente, cravada em nossa cabeça. A ave-maria saída do alto-falante da igreja, todo final de tarde, me comove por demais. Mas também me angustia, pois é o sinal de que mais um dia chegou ao fim e nem sempre foi produtivo. As mangueiras,  novamente em flor, também anunciam: o tempo não para.  Plantei milho, ele embonecou, pendoou, madurou, colhi, foi cozido, transformou-se em mingau, em bolo. Plantei quiabo, brotou, cresceu, colhi, até perdeu. E agora está lá, uma dezena de pés, sem folhas, que me recuso a arrancar. Talvez, seja na tentativa de deixar o tempo um pouco em suspenso, afastar um pouco a ponta dessa espada que não me deixa fazer nada sem me sentir culpada. Mas não adianta, os pés de quiabo estão lá, paralisados, depois de uma produção que nem dei conta de comer toda, mas a floração do tomate cereja avisa que não há formas de driblar o tempo e como diz o poeta, "agora é tarde demais para ser reprovado". Sigamos então...

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