sábado, 4 de junho de 2016

Dia cinza

o dia amanheceu cinza.
lembrei do poeta:
"deem-me o céu azul e o sol visível. névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim."
uma dorzinha de cabeça chata, que não passa nem com analgésico, nem com chá.
a tpm chegando e amplificando tudo.
lembro de adélia:
"meu deus, me dê cinco anos, me dê a mão, me cura de ser grande."
me dê, de novo, o pilãozinho de madeira
para eu sentar junto ao fogão,
enquanto o vovô, sô zé dias,
esquenta pra mim, um pão da padaria velha,
com margarina doriana, na chapa do fogão a lenha,
e com o café ralo e doce da lata,
eu aqueça meu coração.
"ô meu deus, meu pai, meu pai..."

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