domingo, 5 de junho de 2016

Casa de papelão


além da casa costurada, a sobrancelha direita também tinha pontos. "foi um gambé filho da puta que me bateu. ele também quebrou meu dedo, olha". eu moro na rua, mas sou asseada. estou sempre trocando o papelão. esse lambe? foi uma amiga minha, louca, que faz ioga. ela deu de espalhar esses desenhos pela cidade. colou esse aí para enfeitar a minha casa. a caixinha de correios? é para o carteiro colocar as cartas dos meus filhos. eu tenho dois, sabe? um casal: um menino e uma menina. moram com a vó. essa fita? é para fechar a porta da minha casa. faço sempre um laço. não gosto de nós, nem de cadeados. por isso moro na rua. eu gosto é de liberdade."

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