Das belezas sem dono
Riobaldo não gostava de ser jagunço, achava que não tinha nascido pr'aquilo. Não tinha braçagem pra matar, tinha pena de atirar. Diadorim ensinou Riobaldo a apreciar as belezas sem dono: o céu de estrelas em fevereiro, o cheiro forte das flores em abril, as cigarras em bando, o azul vivoso do céu no outono, o vento que não deixa juntar orvalho, o capim macio. Diadorim ensinou Riobaldo a gostar do silêncio, a obedecer quieto. O amigo era uma espécie de conforto na aridez do sertão. Diadorim deixou de ser nome e virou sentimento.
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