domingo, 7 de maio de 2017

Terceira margem

É tão difícil pra mim passar o final de semana em BH. Fico buscando compreender a minha ligação com Baldim. Não é somente pelo lugar, porque lá, praticamente não saio de casa. Será a casa velha? Os passarinhos? As plantas no quintal? Os cachorros? A janela azul? O morro? A Ave-Maria na hora do Ângelus? As notas de utilidade pública lidas pelo Zé da Bilinha no alto-falante da igreja? A risada de Dona Geralda descendo a rua a caminho da missa? O trajeto da minha caminhada pelo cerrado? As vozes do coro da igreja na missa de domingo? O que será que me liga assim à minha patriazinha? Daí, fico pensando que Baldim é quase que um lugar existencial pra mim. É a canoinha onde entro e não quero mais sair. É minha terceira margem. E sigo "rio abaixo, rio a fora, rio a dentro", porque a terceira margem não se alcança, mas é ela que nos move a remar

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