segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Domingo

Os acordes do violão acompanhando o coro da igreja disputavam com o burburinho que chegava do jogo no campo de futebol. Terminada a missa Dona Geralda subiu a rua reclamando do frio: "Ah, neim... essa friagem deixa a gente empesteada, não gosto de frio não." Foi com seu passo lento preparar o almoço. Várias vezes ela já me gritou da rua, entre a sua e a minha casa. "Ô Dalva, dá um pulinho aqui." Quando chegava lá, ela destampava as panelas extremamente areadas e dava um prato para me servir: "Enche esse prato direito, seu menino não vai comer também?" Quando meu tempo por aqui terminar e a janela for outra, "em meu país de memória e sentimento", bastará que eu feche os olhos e será novamente domingo.

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