sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

"Eta vida besta, meu deus"








à beira da estrada, o verde das árvores sumiu debaixo da poeira vermelha da falta de chuva. de um lado a serra de baldim, do outro, o sol, sem nenhum impedimento, vai descendo no horizonte. um cidade sem prédios. os cachorros convivem sem problemas com as galinhas soltas, ciscando no meio do caminho. dois pés de bouganvile floridas conferem ainda mais beleza à simplicidade da casinha. ainda é cedo, mas seu zé janta, sentado na porta de casa, com a panela na mão. a cerca em frente funciona como varal para o terno, à espera do dono. na parede a informação sobre o horário do culto: 19:30h.




no pasto os meninos e suas pipas disputam espaço com as vacas. vão voltar cheio de carrapatos. o sol vai descendo por entre as traves improvisadas do campinho. no meio da rua dois cacos de tijolos marcam o gol. um menininho tenta segurar a coleguinha na bicicleta sem rodinhas.







o presépio ainda está montado aos pés do cruzeiro. seu joaquim molha as plantas ao redor da casa. o pé de tamarindo está carregadinho e o de mamão, também. um cheiro de feijão novo cozido se espalha no ar.
"êta vida besta meu deus"...

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