Lisboa, 4 de junho de 2014.
Oi mãe,
Daqui a 2 dias estarei embarcando de volta. Viu? Nem demorou tanto assim. A senhora sempre fica angustiada quando um filho vai pra longe…
Mãe, a senhora teria gostado tanto de Lisboa.
Ia poder escolher em qual igreja ir à missa. São tantas por aqui. É possível ouvir o sino marcando as horas. Ia pirar na feira da ladra; é tanta coisa, mas tanta coisa, que os caraminguás da pensão da senhora iam ficar todos lá. Posso até ver seus olhinhos brilhando nas toalhas com motivos portugueses.
Não teve uma vez que eu comi que não lembrei da senhora. Isso sem falar nas azeitonas. Tem uma preta, descaroçada, dos deuses, mãe. Eu não gostei foi dos doces, prefiro os nossos. Tem um pastel aqui, super famoso, que é na verdade um doce. Como pode? Chamar doce de pastel. Pastel bom mesmo é das filhas da Bilinha né, mãe? De carne, de queijo e com pimenta, então… Que saudade!
Mãe, a cidade é tão linda! Não teve um dia que não me encantei com o rio. Azul como o mar. Ele abraça a cidade, sabe? E os parques? A senhora ia adorar fazer piquenique, como a gente fazia no cerrado, lembra? Aqui, eles fazem muito. É o céu estar azul e o sol visível que vai todo mundo pra rua. Alguma s pessoas ficam até, de soutien. Assim, de boa! A Senhora precisa ver, só não sei se ia gostar.
Mãe, se a senhora gostou do aquário do zoológico de BH, fico imaginando a senhora no oceanário. Tem de tudo, de peixinho pequetitinho, até tubarão. Uma coisa! A gente senta em frente e fica vendo eles passarem pra lá e pra cá e se esquece da vida.
Acho que a senhora também ia gostar de passear de barco, de andar de trem (aqui eles chamam de comboio), são super confortáveis, uma beleza! Não sei como pode uma cidade ter tanta opção de transporte: ônibus, trem, metrô. E tem ainda, o bonde, que é um charme, só! Mas não pode pegar quando se tem pressa não, mãe. Porque ele vai numa vagareza! Nessas horas a gente aproveita para ir apreciando a paisagem que é linda demais!
Deu tudo certo viu, mãe? O meu professor/orientador foi um amor e me recebeu super bem, uma gentileza, só! É sabido toda vida. A senhora precisa ver, ele escreve em inglês, francês, uma coisa! Uma sabidice que até irrita. Adorei trabalhar com ele. Parece que ele gostou de trabalhar comigo, também. Ele comentou com uma amiga que me contou, escondido. Bobagem, né? Elogio tem que ser público, a senhora não acha?
A minha senhoria (aqui, é assim que eles chamam o proprietário da casa que a gente aluga) também foi um amor. A senhora precisa ver. Um carinho comigo e com o João. Todo dia uma prenda, sempre passava pra saber se estava tudo bem.
Bença.
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