sábado, 18 de abril de 2015

Carta

Baldim, 18 de abril de 2015.

Querida Gabina,
Como vai? Tá mais calma?
Por aqui, vou como os meus irmãos congadeiros cantam: "é devagarinho, é devagarinho, é, no rosário eu vou..." Vou alternando momentos mais produtivos com momentos de deserto. Acordei um pouco antes das seis horas com o Scooby arranhando o portão, querendo sair. Para não incomodar a vizinha, que já reclamou várias vezes dos cachorros, levantei e fui abrir. Já que estava de pé, resolvi ligar o computador e trabalhar um pouco. Como tem feriado prolongado a casa vai receber visitas e aí fica mais complicado escrever. Uma pena que o mundo não para pra gente escrever, né? Você continua tendo tpm, enxaquecas, tendo que ir ao supermercado, lavar o banheiro, limpar o quintal, cuidar da horta, ir a reunião na escola do filho, cuidar da saúde, etc. Por falar em saúde, em 10 meses de caminhada não emagreci 1kg sequer, mas melhorei os meus índices de colesterol e glicemia. Tá tudo uma beleza. A barriga, eu acho que só a lipoescultura para resolver, ou a aceitação mesmo.
Ah, tô pensando em adotar uma cadelinha, acredita? Cansei de ficar expulsando ela daqui. Ela está quase sem pelo e com bastante feridas pelo corpo. Acho que vou levá-la ao veterinário e cuidar dela. Como ela é pequenininha, talvez dê para levá-la quando formos embora. Me converti aos cachorros, Gabina! Agora troco segredos com ele. E essa cadelinha tá implorando ajuda. Ai... ai... ai... O João a chama de "Nego V elho" porque quando a conheceu achava que ela era macho. Mas fêmea nenhuma merece um nome desses, não é? Tô pensando um nome bacana pra ela. Gosto de Frida, acho que combina com aquele corpo machucado dela. Agora a pouco ela estava deitada no sofá, lá na varanda, com uma carinha. Ela viu o portão aberto e entrou. Eu fingi que não vi, para não ter que expulsá-la.
Bom, vou trabalhar. Mande notícias e "uma palavra bem amiga". Hahaha
Abração

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