terça-feira, 10 de março de 2015

"O que a memória ama fica eterno"


"- Vai lavar essa mão primeiro", a mãe sempre exortava antes de deixar a filha  ajudar a enrolar os biscoitos. A menina tirava uma bolinha e ia esfregando a massa entre as mãos até formar um rolinho, que depois era trabalhado em forma de trança e círculos. Em seguida eram assados numa caçarola de ferro no fogão a lenha, com um prato de brasas por cima. Depois de ajudar a mãe, ela deitava no chão e ficava sentindo o cheiro dos biscoitos se espalhar pela casa. Daquela época ela lembra também, do friozinho bom, que vindo do chão de cimento vermelho, sempre encerado, atravessava o seu vestido; tinha também a fumaça que subia do fogão e se encontrava com os raios de sol que atravessavam o telhado, deixando a cozinha com uma luminosidade diferente naqueles finais de tardes.

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