domingo, 24 de maio de 2009

"Clara manhã de quinta à noite"

Ah, o menino...
Ele já havia comentado do livro:
- Mãe, hoje, a professora de literatura leu um livro muito legal, ele é todo ao contrário.
E por dias, ele ansioso, doido pra trazer o livro para casa, para a mãe ver, queria compartilhar com ela, ver sua reação. Pediu inclusive, à bibliotecária para reservá-lo.
Naquela noite, quando a mãe chegou em casa, ele tinha novidades. Mostrou feliz, o tal livro. Parecia a menina de Clarice Lispector no conto Felicidade Clandestina.
- Mãe, a maioria dos livros começa assim: Era uma vez uma princesa... Esse não,
“Clara manhã de quinta à noite”. O título já diz tudo! - dizia o menino entusiasmado.
- Olha só essa frase: "Acordei e sonhei que tinha morrido"! - Não é uma frase legal?
A mãe ouvia o entusiasmo do menino com o livro na mão.
Na hora de dormir a mãe leu o livro. Uma, duas vezes, de trás pra frente, inclusive. Aquele não era um livro qualquer, abria muitas possibilidades... E a mãe aprendeu mais uma coisa com o menino: escapar ao óbvio é fundamental!

Um comentário:

  1. Que lindo!!!!! Amei!
    Me deu vontade de ler o livro e morder o João..rsrs.
    Dá beijos nele.

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