A poesia do cotidiano
Os chuchus colhidos na horta de D. Maura e seu Otávio e preparados para o almoço me lembraram o poema de Adélia Prado:
"Uma vez quando eu era menina, choveu grosso com trovoadas e clarões,
exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas, as poças
tremiam com os últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe que vai
escrever um poema, decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de
ovos.
Fui buscar os chuchus e estou
voltando agora, trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.
A mulher
que me abriu a porta, riu de dona tão velha, com sombrinha infantil e
coxas à mostra. Meus filhos me repudiaram envergonhados, meu marido
ficou triste até à morte, eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando
chove."
Agora vou lá, na vizinha, pedir um punhadinho de fubá emprestado para fazer o angú e completar o poema.
Ops! O cardápio!
A poesia do cotidiano
Os chuchus colhidos na horta de D. Maura e seu Otávio e preparados para o almoço me lembraram o poema de Adélia Prado:
"Uma vez quando eu era menina, choveu grosso com trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.
Agora vou lá, na vizinha, pedir um punhadinho de fubá emprestado para fazer o angú e completar o poema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário